quinta-feira, 16 de junho de 2011

Pós-Modernidade, Juventude e a Igreja

Compreender a pós-modernidade não é simples, o mundo está regido pelo pragmatismo (Idolatria ao método), Relativismo (Todos os caminhos levam a Deus, cada um com a sua fé e com a sua verdade) e o Ativismo (ninguém tem tempo), estamos rodeados por filosofias, vivemos na era da informação, da tecnologia, da estética e Cultura que entrou na indústria e virou mercadoria, da juventude imediatista sem conseqüências de causa, do descontrole familiar que aos poucos definem os traços da pós-modernidade.

A tecnologia veio com o objetivo de facilitar a vida ativista da sociedade. Hoje é possível pagar contas pela internet, localizar com mais rapidez pessoas a longa distância, fazer trabalhos escolares, de escritórios etc., sem precisar sair de casa, enfim, a vida tornou-se prática e confortável. Porém, apesar de ter vindo como uma “mão na roda”, ela também cooperou para o distanciamento de relações interpessoais. Os relacionamentos que eram próximos, agora são superficiais. O individualismo é o que há no século XXI.

No geral, perdeu-se em nosso meio a distinção das etapas do ser humano (criança, adolescentes, jovem, adulto, idoso). As crianças trocam seus brinquedos pelas diversões tecnológicas que coincidentemente são instrumentos usados para o trabalho adulto (computador e outros). Paralelamente adultos usam da mesma tecnologia para divertirem-se; carrinhos e desenhos de anime agora não é apenas exclusividade de crianças. Percebe-se que tem havido misturas de personalidade – adulto/infantil – apesar de não ser um “problema”, pois essa essência da infância não interfere nas responsabilidades adultas. As crianças agora têm o privilégio de ter, ao mesmo tempo em que brincam o acesso as informações que outrora seus pais não tinham.

Outra realidade é o avanço pela busca do cuidar da aparência e da beleza. A tecnologia da estética facilitou o tornar-se belo, pois o tempo para exercícios físicos ficou escasso. Contudo com esse avanço, as pessoas deixam de praticar exercícios físicos que trazem mais qualidade e saúde para a vida. Infelizmente o mundo hoje valoriza mais a estética, não se pode ser só inteligente, tem que estar de acordo com o padrão da beleza e moda para poder ser aceito num emprego, ou ser bem visto pela sociedade, deu-se então a abertura para os homens fazerem parte deste ciclo vicioso que é a vaidade. Eles estão se valorizando mais, no entanto é necessário observar os excessos, pois tornar-se difícil saber quem é heterossexual e homossexual, o que já não tem tanta importância no meio secular. Até onde é o cuidar da aparência? É uma linha tênue que divide o cuidado e a vaidade, como filhos de Deus, precisamos fazer a diferença.

As drogas estão no meio dessa alta tecnologia e desse novo padrão de beleza e moda seguida por muitos, é algo totalmente normal nas festas, faculdades e em qualquer lugar, o consumo das bebidas e drogas aumentam gradativamente e, tem sido o maior problema do jovem brasileiro, a causa para o caminho do mesmo tem sido os problemas familiares. O distanciamento de Deus, o descontrole da família, os efeitos colaterais das drogas tem destruído essa geração.

O reflexo dessa juventude liberal, sem limites, sem organização e sem base familiar, tem desencadeado nas várias expressões da questão social, algumas marcas são o egoísmo e o descompromisso, a filosofia do momento é o prazer, a pessoa virou um objeto de desejo, a moda é tranzar com quem e quando quiser, trazendo sérias conseqüências, como gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, e mais uma vez caímos no descontrole familiar: “crianças gerando crianças” trazendo desestrutura familiar.

O mundo está caminhando para o futuro e, com ela a igreja precisa também caminhar, não de forma a se igualar com suas filosofias e forma de vida, mas de forma que possamos alcançar esses jovens usando as facilidades tecnológicas que temos ao nosso dispor, pois a resposta que a juventude procura nas drogas, sexo, estética etc., só nós temos, JESUS!

Deus se revela ao homem tanto nas escrituras como na história, portanto essa revelação não acontece fora do ambiente cultural. Através do sacrifício de Jesus, Ele escolhe o mundo inteiro para salvar e, esse resgate de Deus com a humanidade é de forma integral: social, político, econômico e religioso.

Não há como a igreja atuar fora de uma cultura no mundo, pois as culturas são entendidas como o padrão de um povo, com seus costumes, que são aprendidos e transmitidos dentro de uma cosmovisão.

A cultura só pode acontecer nos relacionamentos humanos, por isso todas as manifestações do homem são determinadas pelo grupo social. Deus criou o homem e a mulher como criaturas produtores e transformadores de cultura. Encontramos o conceito de cultura na narração de Gênesis 2: 19-20, quando Deus concede ao homem o domínio sobre a criação.

Deus, no Primeiro Testamento, faz conhecido o Seu plano de redenção para o ser humano. Ele se revela a uma cultura específica, para que este venha alcançar outras culturas. Pode-se notar usos culturais como a música, a dança que, fazia parte da vida cotidiana do povo Hebreu: Miriã e outras mulheres dançavam e louvavam a Deus. Davi trouxe a arca e instituiu a adoração 24 horas para Israel; Salomão deu continuidade a música nos cultos.

O desejo de Deus de restaurar o homem e a sua cultura teve seu ápice no Novo Testamento, junto ao ministério de Jesus, o nosso mestre observava e vivia a cultura que Ele estava evangelizando.

O Apóstolo João compreendeu que era necessário aplicar o evangelho a cultura. Ele evangelizou usando as palavras: Sophia, Logos. Paulo passou a mensagem aos atinienses na sua cultura panteísta, foi uma estratégia de Deus usar a estátua ao Deus desconhecido para apresentar O Deus Criador.

Confrontar os padrões culturais só é possível mediante as Escrituras Bíblicas e um profundo conhecimento das Escrituras Bíblicas e um profundo conhecimento da cultura em que está inserido.

Na história da Igreja Média pode-se destacar Ambrósio de Milão que nasceu em 333 na cidade de Tréveros. Devido à orientação do seu futuro sucessor, o presbítero Simpliciano, Ambrósio começou a estudar Teologia, recorrendo à leitura dos padres gregos. Como pregador alcançou resultados extraordinários segundo testemunho de Agostinho. Em uma época onde havia imposição do Imperador de Roma, Ambrósio mostra estar consciente das questões religiosas e políticas de seu tempo.

Na história da Igreja Moderna nota-se Martinho Lutero que, estava consciente da injustiça e da opressão do Império Romano sobre os seus territórios conquistados. Isto deu a ele não apenas uma visão da revelação de Deus no contexto alemão, mas em todo o império Romano.


A decadência no período da Reforma Protestante

Tudo começou quando Lutero viu os erros internos da igreja. O fator moral da Reforma está relacionado ao intelectual, os estudiosos humanistas que, possuíam o Primeiro Testamento em grego, perceberam os erros da Igreja Católica Romana, um exemplo é o suborno, o dinheiro regia tudo, tanto que uma pessoa podia casar-se com um parente, mesmo indo contra a lei canônica. Lutero também se levantou e denunciou a injustiça e a opressão. A Igreja Católica não aceitou a proposta de Martinho Lutero e, nem reconheceu seus erros, ocasionando na Reforma Protestante.

No Primeiro e Segundo Testamento, quanto a Idade Média e Moderna, a revelação de Deus na cultura sempre estão em transformação e, cabe ao homem ver os aspectos positivos e negativos na cultura à luz da Bíblia.

A Palavra de Deus é imutável e as culturas são diversas e mutáveis, então caberá a Igreja refletir e julgar as questões culturais para levar a palavra de Deus. O Reino de Deus só poderá ser estabelecido quando as culturas forem transformadas pela conversão das sua falsas ideologias para a verdade da palavra de Deus.

Não há como o cristão rejeitar a cultura, pois todos fazemos parte de uma, devemos selecionar e modificar a sociedade através de Cristo. Confessar Jesus em uma cultura significa contextualizar se possível, roupas, linguagem, comida, etc., até onde não houver ferimento das Escrituras Bíblicas. Do mesmo modo que Deus se revelou na cultura para salvar o homem, Ele conta conosco para levar Jesus às culturas que estão presas no engano de satanás.

O desafio da cultura é no campo das idéias “relativismo”, hoje lutamos com as ideologias: Animismo, Deísmo, Naturalismo, Niilismo, Existencialismo, Panteísmo, e a Nova Era. Além das ideologias, temos a luta contra as três religiões que mais crescem no mundo: Islamismo, Budismo e o Hinduísmo. E a última, porém não menos importante, os pequenos grupos que regem infelizmente a juventude, no qual chamamos de Tribos Urbanas, cada uma com filosofias distintas, as mais conhecidas das tribos são: Punks, Maconheiros, Nerds, Góticos, a nova febre dos Vampiros, Metaleiros, Emocore, Hippies, Clubbers, Headbangers, Riverthead, Skinheads, Surfistas, Otakus, Baladeiros, Growers, Interneteiros, Patricinhas e mauricinhos.

Falar de missões hoje é conhecer cada ideologia citada, e pedir estratégias de Deus para criar uma ponte entre Jesus e a cultura a ser alcançada, seja em missões urbanas ou missões transculturais, se a Igreja não se levantar hoje para desconstruir o engano de satanás não conseguiremos terminar a grande comissão.

Glória a Deus que a Missão é Dele e, Ele tem despertado a Igreja para fazer o seu papel na terra, a Verdade só nós temos, a criação aguarda pela manifestação dos filhos de Deus, cada cultura está buscando pela Verdade, Cazuza morreu clamando: Ideologia, eu quero uma para viver! O mundo clama por uma verdade transformadora, com um bom argumento, que seja pregada com a vida, que seja pregada com amor.

“ Conhecereis a Verdade e a Verdade Vos Libertará”. (João 8:32)


Fonte: Ministerio Unidade

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